terça-feira, 6 de setembro de 2011

Artigo: A importância do papel do gestor. Por Marcelino Tadeu de Assis.

Há mais de duas décadas, tive a oportunidade de assumir, simultaneamente, papéis distintos em questões que envolvem processos no campo da gestão empresarial. Isso permitiu uma visão 360º dos desafios a que tais profissionais, em diversas frentes, estão expostos.

Assumo, por exemplo, o papel de “técnico” em determinado assunto e, com o chapéu de “técnico”, desenvolvo atividades orientadas ou demandadas por outros níveis na Organização.  Trata-se de uma função para a qual é necessário conhecimento técnico e compreensão do ambiente dentro do qual um projeto ou programa será futuramente implantado. 

Assumo o papel de “professor”, para quem – além do conhecimento técnico sobre um determinado tema – são necessários conhecimentos pedagógicos e entendimento da dinâmica que envolve o ensino-aprendizagem.  O ambiente clássico de sala de aula cria, para um amplo conjunto de atividades, um distanciamento do “mundo real”, sendo este um dos desafios de temas voltados à gestão, por exemplo.  

Assumo o papel de “consultor” ou de “palestrante” quando acreditam que o meu conhecimento pode auxiliar em reflexões, análise de determinadas situações, projetos ou programas.  Tais papéis exigem o uso da memória, concatenação de experiências vividas ao longo do tempo e alguma dose de clareza e disposição para compartilhar.  Exige uma reanálise dos acertos e, principalmente, dos erros que o tempo permitiu experimentar.

Assumo o papel de “escritor” quando a experiência, os erros e os acertos, geraram um manancial de aprendizado e, ao mesmo tempo, uma ansiedade em compartilhar tais aprendizados e reflexões.  O papel de escritor exige conhecimento em determinado tema (muitas dúvidas também) e razoável capacidade de colocar por escrito coisas que dificilmente alguém teria tempo para ouvir. 

Nenhum papel, no entanto, é mais complexo que o de “gestor”, para quem – além do conhecimento técnico – é necessário compreender a natureza humana e suas motivações, os atributos da liderança, a lei da regressão do tempo (porque o dia precisa ter mais de 38,5 horas), a mágica da priorização de ações (selecionar 15 entre as 288 prioridades que estão na ordem do dia), além da ginástica para uma maratona com dezenas de obstáculos que estarão disponíveis, da portaria à sala da presidência.

Como “técnico”, “professor”, “consultor” e “escritor” preciso estar atento, permanentemente, ao trabalho dos “gestores”, em cada departamento, em cada atividade.  São esses profissionais, classificados como chefes ou líderes, na forma de supervisores, gerentes, diretores e presidentes, que efetivamente fazem a “coisa acontecer” naquilo que normalmente chamo de mundo real. 

Equipara-se a um artista aquele que consegue, com o engajamento de um conjunto de profissionais (equipe), mobilizar recursos em prol de determinados objetivos. Enquanto muitos de nós falamos ou escrevemos, o gestor faz! 

Enquanto escrevia este post, por exemplo, centenas de milhares de gestores estavam tomando decisões, delegando autoridade e assumindo responsabilidade por suas ações.  Os erros ou imprecisões deste texto gerarão, no máximo, críticas pela falta de clareza ou consistência.  As ações dos gestores, no entanto, estarão gerando ganhos de produtividade ou, de outro modo, perdas de competitividade.


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