terça-feira, 21 de junho de 2011

Artigo: Oportunidades de trabalho, desenvolvimento e negócios: olhando para o futuro. Por Marcelino Tadeu de Assis



Muitos de nós buscamos no passado a compreensão de nossa origem, valores, crenças e da forma como construímos nossa experiência profissional e paradigmas de vida.  Compreender o passado é um passo importante para entender o presente e os esforços que foram empreendidos para chegarmos até aqui, em todas as áreas do conhecimento.  Olhar para o futuro, nessa mesma perspectiva, é de extrema utilidade, pois pode ampliar a percepção da vida, dentro da ideia de que apenas a permanente mudança não muda. 

A compreensão do passado e do presente estimulam o profissional atento a olhar para o amanhã como forma de se preparar para o futuro, para os desafios, riscos e oportunidades. 

Há estudiosos que olham para o passado e, a partir dessa análise, apresentam a história em poucas linhas, com um discurso atual, alinhando as variáveis políticas, econômicas, culturais e sociais que envolviam o fenômeno relatado, seja, na educação, nas artes ou na arquitetura.

James Wright e Renata Spers, doutores em Administração de Empresas, e Antonio Thiago Benedete Silva, mestrando em Administração, todos da FEA/USP, produziram um excelente trabalho, entitulado “O mercado de trabalho no futuro: Uma discussão sobre profissões inovadoras, empreendedorismo e tendências para 2020” (RAI - Revista de Administração e Inovação), no qual abrem uma importante janela para o dia seguinte.

O ambiente estudado caracteriza-se pela busca permanente da inovação (que tende a aumentar o nível de “virtualização”), o aumento do interesse pela qualidade de vida, a preocupação com o envelhecimento da população e o aumento da consciência ambiental.  O empreendedorismo, que deve sair do patamar de 12,8% da população economicamente ativa (PEA), para 17,0% - conforme dados provenientes do estudo - é percebido como algo característico desse novo ambiente, dentro de um novo “mix” entre empregados (regulados formalmente por contratos de trabalho e pela CLT) e empreendedores individuais (pessoa jurídica ou autônomos).

Tendem a crescer atividades ligadas à “saúde e qualidade de vida”, “turismo e lazer”, “serviços para a terceira idade”, “consultorias especializadas” em temas ainda pouco explorados no contexto individual (planejamento financeiro, planejamento de carreira, programas de aposentadoria e sustentabilidade, por exemplo), serviços com base em “tecnologia de informação”, “meio ambiente” (reciclagem de lixo), “alimentação” (alimentos personalizados, alimentos orgânicos etc.) e “educação a distância”.

Nesse contexto diversos cargos, funções ou atividades tendem a aparecer – ou ganhar força, em alguns casos, tais como “gerente de eco-relações”, “conselheiro de aposentadoria”, “técnicos em telemedicina”, “coordenador de terceirizações offshore”, “especialistas em simplificidade”, “analistas de networking” e “gerente de diversidade”.

Tenderá a surgir, conforme os autores, o cargo de “historiador corporativo”, profissional responsável por resgatar projetos, programas, problemas e resultados da Organização.  Provavelmente tal cargo terá como missão auxiliar nas pontes que ligam o passado ao futuro, evitando que rodas tenham de ser inventadas novamente.  Também acredito que tais atividades sejam de extrema importância em ambientes dinâmicos, com alta mobilidade interna e rotatividade.


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