terça-feira, 12 de abril de 2011

Indicadores do desempenho individual – visão quantitativa e qualitativa


O quotidiano é repleto de situações em que o desempenho individual é formalmente avaliado. Dentro e fora do contexto empresarial há dois grupamentos básicos de indicadores: O primeiro envolve o uso de métricas ou de critérios objetivos, lógicos, racionais. No esporte, por exemplo, temos a vitória de um jogador de tênis ou de um corredor de maratona. Nas empresas – e apenas como exemplo – temos o vendedor que mais vendeu em determinado mês ou o que mais atraiu novos compradores. São situações em que o indicador estabelecido toma como referência um critério objetivo, com regras e parâmetros formalmente definidos, onde o número de pontos ou o volume de vendas, o cronômetro e as distâncias são os efetivos jurados, gerando o 1º lugar, o 2º lugar e assim por diante. 

Do outro lado temos os indicadores subjetivos, discricionários e dependentes, na maioria dos casos, do ponto de vista ou da perspectiva do avaliador, da interrelação do avaliador com o avaliado, entre tantos outros fatores que influenciam a visão do avaliador e de seu julgamento.

Enquanto o primeiro caso (indicadores ou parâmetros objetivos de medição) considera aspectos absolutos, o segundo adota uma visão relativa.

No futebol, por exemplo, mesmo sendo um jogo coletivo, temos as pontuações que são dadas por jornalistas para o jogador ‘A’ ou ‘B’, individualmente. São situações onde a avaliação considera a expectativa do avaliador em relação ao avaliado, a posição de um determinado jogador em relação aos demais jogadores, as condições em que o desempenho foi observado ou mesmo os resulados finais obtidos.   

Nas empresas, de uma forma geral, o desempenho individual é medido formalmente, tanto em relação aos aspectos individuais, como em relação à interação do indivíduo (avaliado) com outros indivíduos. Considera-se na avaliação, a exemplo do que ocorre com o futebol, tanto o talento individual, a técnica, a perícia, o conhecimento, a atitude diante do jogo, os resultados etc., como a contribuição do avaliado para o ‘jogo’ coletivo; para a harmonia da equipe.

Comitês de jurados são, por vezes, criados como forma de atenuar a subjetividade do processo e, ao mesmo tempo, proteger os avaliadores, individualmente. No esporte e no mundo empresarial – em boa parte das vezes – esses comitês estabelecem notas que serão tratadas na média e servirão de base para o “ranqueamento” deste ou daquele desportista; deste ou daquele profissional. O ‘melhor jogador do mundo’, dentro desse contexto, é oriundo de um comitê de jurados com os mais variados pontos de vista em relação aos avaliados.

No carnaval – outro ambiente – o mesmo comitê de jurados – e diante do julgamento de diversos aspectos potencialmente subjetivos – se reúne para avaliar quesitos ou fatores. O julgamento será normalmente comparativo, dentro do universo das escolas que se apresentaram, embora possa ser influenciado pela expectativa do julgador em relação ao tema, seus paradigmas e suas experiências, como tenderá a ocorrer em qualquer outro processo de avaliação.

O melhor ‘mestre sala’ e ‘porta-bandeira’, o melhor ‘jogador do mundo’ e o ‘profissional do mês’ – entre tantos outros exemplos – não serão indicados pelo cronômetro ou pela reação físico-química inerente ao processo. Serão, por outro lado, provenientes de uma avaliação “pessoal, particular e intransferÍvel”. 

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