segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Artigo: Avaliação na Educação – Desafios e oportunidades. Por Marcelino Tadeu de Assis

É notória a mudança de postura dos governos em relação às questões envolvendo a avaliação da educação no Brasil. Observam-se discussões frequentes sobre os resultados deste ou daquele indicador; sobre a posição no ranking desta ou aquela instituição. São os mais variados processos de avaliação liderados ou apoiados pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas em Educação), além de estatísticas que auxiliam na compreensão sobre aplicação de recursos, na atuação da união, estados e municípios na condução de ações no campo da educação, entre tantos outros aspectos. São processos de avaliação que tomam como referência abordagens desenvolvidas no Brasil ou provenientes de organismos internacionais, sempre com o intuito de capturar e colocar holofote sobre determinados aspectos.

É sabido, no entanto, que a avaliação, por si só, não altera o status quo da educação no Brasil, não necessariamente afeta investimentos públicos ou influencia na definição de prioridades. Processos avaliativos e geração de indicadores, por si só, não produzem diagnósticos (consistentes) ou planos de ação nesta ou naquela direção. Por outro lado, processos de melhoria dependem de avaliações, medições e diagnósticos, sem os quais não se estabele, por exemplo, parâmetros para o uso de recursos.

O site do INEP (http://www.inep.gov.br/) é, por certo, um espaço essencial aos que lidam com a educação e, mais particularmente, aos que estão interessados na avaliação e formulação de propostas de melhoria, tanto na educação, como em relação aos indicadores usados por governos e pesquisadores.

No mundo Organizacional os indicadores não nascem perfeitos ou completos e nem são compreendidos com facilidade. Nascem, crescem e se transformam sempre na direção da captura de aspectos essenciais até então não capturados em avaliações e indicadores usados anteriormente.  No mundo da educação, avaliações e medições não são diferentes, em que pese o caráter multifacetado e complexo do termo ‘ensinar’, bem como da percepção da educação como um ‘bem público’, sem a qual nações não são autônomas e sem a qual indivíduos não são cidadãos.

Embora sejam relativamente antigos no campo da educação, no Brasil, é certo que os últimos 20 anos foram decisivos para a implantação ou fortalecimento de processos de avaliação e de geração de indicadores. O uso dos indicadores no campo da educação e a visão crítica sobre eles, por certo, irão subsidiar estudos e conclusões relevantes, que poderão redundar no aperfeiçoamento do processo e das métricas utilizadas.

Como disse no post anterior (“Indicadores...:  Use-os ou deixe-os”), é necessário usar as avaliações e os indicadores voltados à compreensão da educação, bem como promover o exercício permanente do diagnóstico e das ações de melhoria. Do contrário, é como dizer: “Não vi, mas não gostei.”

Nenhum comentário:

Leia também

Related Posts with Thumbnails