“Quanto mais endurecido e inflexível, mais fácil de se quebrar diante de fortes impactos”. Esta teoria – fisicamente constatável – não vale apenas para os objetos, mas, sobretudo e cada dia mais, para o comportamento humano.
Num mundo onde os produtos são perecíveis e os desejos são fugazes, a flexibilidade destaca-se como meio de sobrevivência e como segredo do sucesso de muitas pessoas. É a chave para a resiliência e também mote para a realização, tanto na vida pessoal quanto na profissional.
Fácil assimilar quando entendemos que não dá para crescer na rigidez. O crescimento, por si só, é maleável, moldável e adaptável às novas medidas e aos novos formatos. Sendo assim, inteligente é quem aprende a metamorfosear, especialmente quando vivemos tempos de crise.
É notório que no mundo corporativo, a busca é cada vez mais enfática por profissionais capazes não de aceitar as diferenças inerentes a uma equipe ou um departamento, mas – acima de tudo – de celebrar essas diferenças.
Já não basta evitar os conflitos. É preciso enxergar neles uma oportunidade de promover mudanças, evoluir e se tornar melhor justamente por causa do que lhe é adverso.
Há alguns anos, desenvolvendo pesquisas sobre o que chamo de Inteligência Afetiva, constatei como é latente a falta de flexibilidade nos dias de hoje. Isso me levou a debruçar sobre uma questão fundamental e esquecida na atualidade: a gentileza.
Não descobri nenhum grande segredo; a evidência já estava aí, porém adormecida: pessoas gentis são flexíveis... e, portanto, muito mais poderosas do que imaginam! Este trabalho resultou no meu mais recente livro O Poder da Gentileza.
Saber se RELACIONAR e se COMUNICAR são capacidades extremamente poderosas! Pessoas gentis são mais valorizadas no mercado profissional, já que a qualidade das relações, a integração entre os funcionários e as atitudes de gentileza são fatores que influenciam nos resultados finais e no aumento da produtividade da empresa.
A gentileza, e por consequência a flexibilidade e a tolerância, têm ainda influência direta sobre nossa saúde mental, emocional e física. A falta desses atributos na vida diária tem causado prejuízos incalculáveis a todos. A Organização Mundial da Saúde estima, por exemplo, que em 2020 a depressão será a segunda causa de improdutividade das pessoas, seguida apenas das doenças cardiovasculares.
Qual é a razão para tamanha insatisfação? Estou certa de que, em última instância, não se trata de aumento de salário ou posição hierárquica. Trata-se da falta de reconhecimento pelo humano que há em cada um; da falta de qualidade na troca entre as pessoas; do distanciamento, da falta de intimidade e de confiança, da falta de afeto e disponibilidade, da inflexibilidade para com as próprias frustrações. Trata-se da falta de gentileza! É disso que se trata, pode apostar!
Portanto, embora as habilidades técnicas sejam imprescindíveis para as empresas, elas sabem que podem treinar um profissional para que se torne habilitado tecnicamente, assim como sabe que para ser agradável, simpático, flexível e gentil, é preciso que haja uma decisão pessoal.
As empresas podem sim, motivar e incentivar seus colaboradores para a mudança de comportamento, mas ser gentil é essencialmente uma escolha do indivíduo. Tem a ver com as crenças e os valores que ele alimenta diariamente. Ou seja, a gentileza é um exercício diário! E é uma decisão que só pode ser tomada por você!
7 Condutas Gentis e Tolerantes no Ambiente de Trabalho
1. Aprenda a escutar. Ouvir é muito importante para solucionar qualquer desavença ou problema.
2. Evite julgamentos e ações precipitadas. Quando estiver nervoso, deixe para conversar mais tarde.
3. Peça desculpas. Isso pode evitar conflitos maiores e salvar relacionamentos.
4. Valorize o que a situação e o outro têm de bom. Perceba que este hábito pode promover verdadeiros milagres.
5. Seja solidário e companheiro. Demonstre interesse pelo outro, por seus sentimentos e por sua realidade de vida.
6. Analise a situação. Alcançar soluções pacíficas pode depender da compreensão da raiz do problema.
7. Faça justiça. Esforce-se para compreender o outro e não para ganhar, como se eventuais discussões fossem jogos ou guerras.
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