Pelo muito que converso com pessoas de todo o Brasil, o clima organizacional é um tema que vem crescendo na pauta dos que desenvolvem ações no campo da gestão do capital humano.
Acredito que o crescimento das pesquisas de clima tenha também alguma relação com os pilares da gestão de RH, objeto de uma visão mais ampla da remuneração ou dos fatores que influenciam a capacidade de captação e de retenção de uma organização.
Assim como acontece com a cultura organizacional, clima é algo que você não vê, não toca, mas sente; é algo potencialmente subjetivo, mas que pode ser medido direta ou indiretamente.
Diretamente, através de pesquisas; de instrumentos que asseguram o anonimato dos participantes. Indiretamente, através dos sinais que, por vezes, ampliam o turnover, o absenteísmo, a dilapidação do patrimônio da empresa, a perda de matéria prima, o descaso com clientes, as denúncias ou reclamações dos colaboradores, entre tantos outros sinais.
O clima não é algo estático, nem quando é bom e nem quando apresenta potencial de melhoria. Faz parte de um processo dinâmico que lida, permanentemente, com necessidades e, mais do que isso, com expectativas individuais e coletivas; de um processo que estimula um repensar – ainda que para manter - de políticas, crenças, costumes e valores.
Ao contrário do que ocorre com diversas ações de Recursos Humanos, o clima é responsabilidade de todos. Isso não altera, no entanto, o papel diferenciado do gestor nesse contexto. Gestores, em todos os níveis, são responsáveis pela qualidade do ambiente de trabalho, responsabilidade essa compartilhada com profissionais que lidam com os diversos subsistemas de RH.
Embora não se possa definir um conceito que contemple todas as visões sobre o tema, é certo que o clima organizacional deve, entre outras coisas, produzir no indivíduo um sentimento de pertencer; de fazer parte. Pesquisas não criam esse sentimento e nem são capazes de produzir, recomendar ou promoverações de transformação. Pesquisas não melhoram práticas ou resolvem conflitos internos. Podem, por outro lado, apresentar uma fotografia das percepções e, com isso, subsidiar diagnósticos.
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